Livros | O Diário de Anne Frank - Versão definitiva

Li o Diário de Anne Frank pela primeira vez há alguns anos, e lembro-me de não ter achado o livro tão fantástico como outras pessoas. Agora, ao fechar o Diário de Anne Frank - Versão definitiva - após terminar de ler a última página, percebo porquê.

Na verdade, existem quatro versões do Diário: a versão a, que é o "verdadeiro" diário de Anne, sem edições e, como tal, com sentimentos mais explícitos; a versão b, que nasceu após um membro do Governo holandês no exílio, em 1944, anunciar que esperava poder recolher testemunhos do sofrimento do povo holandês aquando a ocupação alemã e disponibilizá-los ao público, então Anne reescreveu o seu diário omitindo algumas passagens e acrescentando memórias; a versão c, a mais conhecida mas também a mais censurada, editada pelo pai de Anne, Otto Frank. Mais recentemente, a escritora Mirjam Pressler editou uma versão definitiva, que é nada mais do que a versão c, completada com as versões a e b.

Confesso que este livro se tornou muito especial, não sei se foi por ter a oportunidade de ler uma versão mais "pura", onde Anne colocou, sem reservas, os seus sentimentos e pensamentos, escritos como ninguém, ou se foi por lê-lo agora com mais maturidade da minha parte. São impressionantes os relatos da guerra e do ambiente no Anexo Secreto, apesar de todos os testemunhos desse tempo serem incomparáveis, mas o que realmente me impressionou foi o crescimento de Anne ao longo dos dois anos em que manteve o seu Diário, de 12 de Junho de 1942 a 1 de Agosto de 1944.

Da criança com 12 anos habituada a ser o centro das atenções, que escreve cartas a Kitty, a grande amiga que encontrou no seu diário, que conta coisas sobre a sua escola, os seus colegas, e os meninos que não tem a certeza se estão apaixonados por ela, até à adolescente que teve de crescer rápido de mais, que enfrenta as descobertas do seu corpo e do amor, as guerras com a sua mãe, e a esperança de um futuro pós-guerra.

É um relato muito triste, mais ainda porque sabemos que, à exceção do seu pai, nenhum dos outros ocupantes do anexo sobreviveram aos Campos de Concentração, incluíndo Anne. Só tenho pena de não o ter lido desta forma mais cedo.

Livro disponível na WOOK (ao adquirires o livro através deste link, estas a contribuir para o crescimento do blog).


1 comentário:

  1. Eu só li a versão c e gostei, na altura. Mesmo editada, senti um murro no estômago conforme ia lendo algumas partes... Agora fiquei curiosa em relação a este novo que saiu!
    Beijinhos

    ResponderEliminar