Cinema | Fences

E já está. Finalmente vi o único filme que me faltava daqueles que estavam nomeados para a categoria de Melhor Filme dos Oscars - Fences.

"Fences", ou traduzido para português como "Um Limite Entre Nós", fala sobre a vida de um homem, as suas convicções, conflitos e a sua relação com a família. É baseado numa peça escrita por August Wilson.

Tudo ocorre nos anos 50, nos Estados Unidos da América, e acompanha a vida de Troy Maxson, interpretado por Denzel Washington, um homem analfabeto, cujo passado passa pela prisão. Após este período, Troy trabalhou diariamente como homem do lixo para sustentar a família. Também era um homem frustrado, por não ter conseguido realizar o seu sonho, tornar-se um jogador profissional de basebol, contudo, o seu destino reservou-lhe outro tipo de vida, entre o trabalho, uma bebida ou outra, a sua casa, a sua mulher Rose Maxson, os dois filhos e o seu irmão Gabriel, um ex-combatente do exército que regressou com problemas pós-guerra.

Apesar dos problemas familiares, Troy, com a sua disciplina rígida, é um retrato da grande parte dos norte-americanos que não nasceram em berço de ouro, nos anos 50. A luta diária pelo preconceito, pelas oportunidades que não lhes batem à porta só por terem uma cor de pele diferente. Toda a história ganha contornos mais pesados quando, após 18 anos de casamento, Troy conta a Rose que terá uma filha da amante. Acho que é a partir daqui que o filme se torna realmente interessante, pois com as atitudes chegam também as consequências - o afastamento de Troy e o seu filho mais novo, quando este decide ser jogador profissional e depois ingressar no exército, e até mesmo com Rose a criar a filha do seu marido que chegou como uma surpresa amarga.

Fences, cuja tradução para português é "cercas", faz enorme sentido ser o título deste filme, uma vez que as cercas também estão bem presentes ao longo da história, com a insistência da construção de uma para servir de proteção da família. É um filme com diálogos fortes no entanto, não é um filme que agrade a todas as pessoas.

O Oscar de Atriz Secundária a Viola Davis foi tão, tão, tão bem entregue!