Num fim de semana chuvoso o que apetece é ficar em casa, com boa companhia, uma mantinha, chá quente e um bom filme. Não estivéssemos nós em Fevereiro, mês da corrida aos Oscars. Portanto o filme que vos vou falar também está nomeado à categoria de Melhor Filme - Moonlight.
Chiron, é um jovem negro, tímido e homossexual. Toda a história se desenvolve em torno da sua luta emocional, a busca do autoconhecimento, que é protagonizada por três atores, Alex Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes, em que cada um dá vida a Chiron em cada fase da sua vida, desde a infância até à idade adulta.
Apelidado de "Little", vive com a sua mãe viciada em drogas, numa zona pobre de Miami, nos anos 80, durante a explosão da droga na cidade. Para além da negligencia da mãe, Chiron é vítima de bullying por parte dos colegas de escola, que o tratam por "faggie" (que significa: gay, bicha), embora que com apenas dez anos não saiba o que isso significa. Ao fugir destes "valentões" que, para além da agressão psicológica também partiam para a física, Chiron depara-se com Juan, um traficante de drogas que acaba por se tornar a figura paterna que falta na sua vida, alguém que apesar de trabalhar fora da lei se mostra responsável e atencioso, ao ponto de lhe ensinar o significado de tudo o que envolvia no ambiente em que ambos se inseriam na altura, sem fazer grandes perguntas.
Durante a adolescência, tudo o que sofreu na infância se intensifica, especialmente o bullying que toma proporções muito mais graves. No entanto, também há um novo foco na história - a sua amizade com o seu amigo de infância Kevin, o seu primeiro amor.
Após a prisão de Chiron, apresentam-nos então o terceiro e último ato, com a personagem já adulta, um respeitado traficante de droga e com um físico em tudo diferente do que nos era mostrado nas duas partes anteriores. Agora musculado, Chiron é quase uma cópia de Juan, mas os conflitos internos assombram-no novamente após uma chamada vinda de alguém que o marcou no passado, Kevin.
É um filme doce e cruel ao mesmo tempo, com cenas de violência ao som de música clássica, tão contraditório que chega a ser carnal e emocional. Delicado mas intenso. E de certa forma é um filme brilhante, porque aborda apenas o suficiente sobre o tema para que se desenvolva uma discussão em torno da homossexualidade e da aceitação, para que haja espaço para a subjetividade.
É poético, triste e merece, definitivamente, a nomeação para o galardão. Um filme que, certamente, o Trump não irá ver.
Mais um dos filmes que quero muito ver antes dos óscares ;)
ResponderEliminarBeijinhos
http://dailyprinces.blogspot.com/
Vale muito a pena :)
EliminarEstou tão ansiosa por ver este filme, a história parece ser espetacular!
ResponderEliminarhttp://sixmilesdeeper.blogspot.pt/