Cinema | Hell or High Water


O faroeste também está na corrida aos Oscars. É talvez dos géneros cinematográficos mais americanizados, com base na própria história do país.


A história passa-se no interior do Texas, nos Estados Unidos. Toby, um homem que segue as regras e que, após o divórcio, tenta dar uma vida melhor ao filho, e Tanner, um ex-presidiário, são irmãos que, pressionados pela hipoteca da fazenda da família, decidem assaltar bancos para conseguirem pagar, mas apenas as agências do banco que cobra a hipoteca. Ao longo do filme, aparece uma personagem clássica dos filmes do faroeste, o xerife de sotaque carregado, que procura uma nova vitória antes de se reformar.

Tenho para mim que o Texas, foi um dos estados que não agarrou a evolução como outros fizeram e isso é visível ao longo do filme. Apresenta características muito particulares como as paisagens desérticas e as cidades típicas, o velho costume de andar sempre armado, de fazer justiça com as próprias mãos, a forma pouco delicada como tratam as pessoas e até mesmo os carros característicos. Vê-se uma cidade, assim como as suas gentes, parada no tempo e até mesmo empobrecida. Uma América bem diferente das megalópoles como Los Angeles e New York.

Também é fácil relacionar a recente e atribulada vitória de Trump, muito devido a estas pessoas, que desesperam por uma "America great again". Deparamo-nos com uma América que já não está muito presente em Hollywood, desesperada e escondida pelo American Dream. A violência, os conflitos e os preconceitos estão bem explorados, feito de diálogos onde raramente alguém levanta a voz, no entanto são carregados de violência. 

Não é apenas um filme de polícias e ladrões, mas também uma luta dos que não têm nada contra os bancos que teimam em tirar o que nada têm. É um reflexo do Texas atual, mas também da America que ninguém quer ver.

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