Livros | Orgulho e Preconceito

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, foi o livro escolhido para o desafio literário de Fevereiro do "The Bibliophile Club", cujo género é o Romance. Para mim foi relativamente fácil esta escolha, porque apesar de não ser um género a que dedique muita atenção, este é um dos livros que mais gostei de ler, desde sempre. Portanto, não posso dizer que foi uma primeira leitura, mas sim uma terceira ou quarta e, curiosamente, continuo a apaixonar-me, tal como aconteceu na primeira vez que o li, pela bonita história de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy.

Tendo como fundo a burguesia inglesa do século XIX, onde as relações e enlaces eram sobretudo movidos pelo dinheiro e vantagens que daí surgiriam, toda a história gira em volta da família Bennet. Elizabeth Bennet, a segunda filha mais velha de cinco, é uma bonita jovem, orgulhosa, com personalidade vincada e vanguardista para o seu tempo, o que leva a sua mãe a considerá-la como um caso perdido em relação a um eventual casamento.

A monotonia da vida rural da família Bennet altera-se com a chegada de dois jovens solteiros e ricos. Jane rouba o coração de Mr. Bingley e Mr. Darcy cai nos encantos de Elizabeth, que por sua vez não é correspondido, mostrando-se um homem arrogante. A relação de ambos torna-se num misto de sentimentos contraditórios, marcada pela paixão, pelo preconceito, pelo orgulho. Disposto a mudar a opinião desta, Mr. Darcy tudo faz para agradar e redimir-se dos seus erros, até ser considerado um bom homem. Como na maior parte dos romances, o final feliz acontece com ambas as irmãs a casarem, não por dinheiro, mas por amor.

À medida que avançamos na história, ganhamos um carinho especial por várias personagens, quase ao passo das próprias personagens, pois mesmo nós, leitores, acabamos por ser um pouco preconceituosos. Por outro lado, também o entendo como uma crítica tanto social como política. A Inglaterra, durante este período histórico, considerava que a mulher valia tão pouco que só servia para ser mãe e esposa, sem hipótese de sonhos profissionais. Para além disso, e para marcar este ponto, também é discutido que, em caso de falecimento do patriarca e se não existisse nenhum filho barão, qualquer património seria transmitido ao parente homem mais próximo, mesmo que este seja desconhecido.

No entanto, e este é um dos motivos porque gosto tanto deste livro, percebemos que no meio de uma sociedade mesquinha e interesseira, o amor é o sentimento mais bonito e com mais força para desafiar condições sociais e preconceitos.

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1 comentário:

  1. Por alguma razão este livro ainda continua a ser estudado em cursos de literatura por todo o mundo. É daqueles clássicos que todos deveríamos ler.

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