Pet Talk | Maldita doença... outra vez

O Marley estava doente. Nas primeiras semanas de 2018 apareceram-lhe umas pequenas feridas nas patas que, com o tempo tornaram-se maiores. Levei-o a um veterinário que existia perto do meu local de trabalho, onde lhe foi receitado um antibiótico, pois as patas já tinham sinais de infeção. Assim o fizemos e, de facto, melhorou um pouco, mas nunca totalmente.

O verão passou e chegou o tempo frio. As patas do Marley voltaram a piorar, mas desta vez foi diferente. Já não tinha a mesma vivacidade, o apetite (até então era um devorador de tudo o que lhe aparecia à frente) também diminuiu, notámos que tinha imensa dificuldade em levantar-se e que as unhas estavam anormalmente grandes. Fomos, ao contrário da primeira vez, à clínica veterinária de sempre. Após uma semana de espera pelos resultados das análises, a suspeita da médica, infelizmente, confirmou-se. Leishmaniose, a mesma doença que me levou o meu velhote, o Simba.

A Leishmaniose é uma doença grave e até pode ser fatal, que se transmite através da picada de um mosquito, desde que este seja portador do parasita. É considerada endémica no Sul da Europa, Norte de África, Médio Oriente, China e América do Sul, no entanto, estes mosquitos preferem lugares húmidos e escuros em zonas rurais, jardins ou matas. Atualmente, não tem cura mas tem tratamento, embora a escolha do tratamento e o sucesso deste dependa do estágio em que a doença se encontra.

Deixem-me que vos diga que a reação dos animais à maioria das doenças é muito diferente da nossa, enquanto humanos. Após a infeção, os cães, se tiverem uma boa alimentação e bons cuidados diários, podem levar meses, ou até anos, até apresentarem os sintomas. E parece-nos que este foi o caso.

Quando se descobriu a doença no Simba, procurei saber mais sobre a mesma e, assim que adotei o Marley, a coleira que repele o mosquito foi logo colocada, na esperança que não voltasse a acontecer o mesmo. Mas aconteceu e, provavelmente, foi infetado ainda aos cuidados do antigo dono.

Apesar de tudo, posso dizer que a doença foi descoberta numa fase muito recente, sem que houvesse alterações nas análises e, como tal, o prognóstico é bom. Hoje, terminada a primeira fase do tratamento, que consistiu em injeções diárias de um leishmanicida, já consigo ver que o meu pretinho brincalhão e devorador está de volta.

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