Viagens | 11 razões para visitar Évora

Nasci e cresci a algumas (poucas) dezenas de quilómetros de Évora, que visitava e visito com alguma frequência. Adoro de verdade esta Cidade-Museu, sinto-me calma, serena, quando passeio pelas ruas estreitas da zona velha da cidade, ainda com as típicas casas alentejanas - baixas e pintadas de branco. É tão bonita, acreditem.

Se ainda nunca tiveram a oportunidade de conhecer a antiga Ebora, dou-vos 11 razões para o fazerem:

Património mundial da UNESCO | Foi considerada Património Mundial pela UNESCO em 1986, pelo facto de a Cidade-Museu, como também é apelidada, ser o melhor exemplar de uma cidade da época áurea de Portugal, após a destruição da capital no terramoto de 1755. Habitada em tempos por celtas e romanos, que deixaram as suas marcas, a época dourada da cidade teve início quando esta  começou a ser habitada pela Coroa Portuguesa.

Circuito Megalítico | Devido à sua localização e características naturais, foi uma importante região para a fixação do homem desde a pré-história e, por isso, também é considerada a Capital do Megalitismo Ibérico. Podem-se visitar alguns vestígios perto da cidade, como a Anta Grande do Zambujeiro, o Menir dos Almendres e o Cromeleque dos Almendres, terminando no centro interpretativo Megalithica Ebora, situado no Convento dos Remédios, onde se pode conhecer os dois períodos da história que contribuíram para a formação da cidade: o megalítico e o romano.

Teatro Garcia de Resende | Construído a partir de 1881, o Teatro Garcia de Resende representa um dos melhores "teatros à italiana" em Portugal. Apesar de no século passado ter passado por alguns períodos negros, como a destruição do telhado que danificou algumas pinturas, a alteração irremediável da sua fachada principal que fez desaparecer o traçado original e até chegou a ser utilizado como depósito de lixo, hoje, felizmente, continua a ser um espaço cultural de referência. O interior é realmente magnífico, decorado com algumas pinturas a óleo de figuras clássicas; a sala principal, também de estilo barroco, em forma de ferradura e denunciando a diferenciação social característica do "teatro à italiana", com a plateia para a classe média, as frisas e os camarotes de primeira e segunda ordem para a classe rica e os "galinheiros" para a mais pobre.

Templo de Diana | O Templo Romano de Évora, é o ex-libris da cidade, um dos marcos históricos mais importantes, e é erradamente designado Templo de Diana (deusa romana da caça), uma vez que foi construído no século I para prestar homenagem ao Imperador Augusto. Apesar de ter sofrido ao longo dos tempos imensas modificações e destruições, hoje mantém a planta original - a base com cerca de 3,5 metros de altura, feita de blocos de granito, onde assentam ainda catorze colunas coríntias. Especialmente ao fim de semana, é normal encontrar por lá casais recém-casados para fotografias intemporais, turistas e estudantes da Universidade, que procuram uma lembrança com história. Ali perto, no Jardim de Diana, é possível ter vista para a cidade e para a planície alentejana.

Praça do Giraldo | É impossível visitar Évora sem passar pela famosa Praça do Giraldo, homenagem a Geraldo Geraldes que conquistou a cidade aos mouros em 1167. A fonte barroca, no meio da Praça é bastante visitada pelos habitantes e pelos turistas e alvo de muitas fotografias, aqui também se encontra a Igreja de Santo Antão, uma das mais importantes da cidade. As esplanadas são muito convidativas, especialmente nos dias quentes de Verão. As arcadas também são bastante procuradas, seja pela arquitetura, como pela sombra e, ao longo destas o comércio, entre o qual o Café Arcada, famoso por ter os melhores bolos da cidade e a Papelaria Nazareth, a mais antiga de Évora.

Muralhas | As Muralhas fazem parte de uma estrutura medieval de defesa militar, que foi construída ao longo dos anos, e delimita o centro histórico. A primeira muralha, ou Cerca-Velha, tem construção romano-medieval, e é constituída por várias torres e portas, que ainda hoje são de passagem obrigatória para quem quer entrar no centro histórico. A segunda muralha, ou Cerca-Nova, resultou do alargamento da área de habitação e consequente proteção desta. Parte das Muralhas ainda são atravessadas pelo Aqueduto de Águas de Prata. Uma sugestão para ficar a conhecer-las é percorrer todo o seu perímetro a pé.

Universidade de Évora | Apesar de a Universidade ser composta por vários edifícios espalhados pela cidade, o mais importante é o Colégio do Espírito Santo, seja pela história ou pela sua grandiosidade. A Universidade de Évora foi fundada em 1559, sendo a segunda no país, a partir do já existente Colégio. Em 1759, com a expulsão dos Jesuítas de Portugal, fechou portas, voltando a abrir apenas em 1973. O edifício do Colégio envolve um claustro, conhecido por Pátio dos Gerais. O claustro contém galerias de colunatas e no centro uma bonita fachada da antiga capela do Colégio, marcada por um grande pórtico de mármore. A Sala dos Atos é provavelmente um dos espaços mais imponentes do edifício, decorada com azulejos do século XVII, em tons de rosa, azul e verde, no topo vêem-se retratos a óleo de D. Sebastião e do Cardeal-Rei D. Henrique. Várias salas estão revestidas com azulejos barrocos alusivos às matérias que aí são leccionadas - Matemática, Astronomia, Física e Belas Artes, formando o mais importante conjunto barroco profano do país. Todo o edifício está cheio de história e está aberto ao público, mesmo em tempo de aulas é permitido circular livremente.

Capela dos Ossos | A Igreja de São Francisco, onde se situa esta Capela, talvez seja uma das Igrejas mais visitadas da cidade. "Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos", assim se pode ler na inscrição da incrível, mas também sinistra Capela dos Ossos, uma celebração da morte que é característica do Barroco. No interior, as paredes estão cobertas de ossos e crânios humanos.

Jardim Público | O Jardim Público de Évora, para além de ser um espaço romântico onde se pode relaxar e fazer piqueniques, também é um espaço com história, desde os restos da Muralha Medieval, o Palácio de D. Manuel, o Coreto e as Ruínas Fingidas. Estas últimas foram construídas com materiais das ruínas de outros monumentos da cidade, sobretudo janelas manuelinas, e são parte integrante de uma torre e troço da Muralha.

Aeródromo de Évora | Considerado um dos melhores do país, o Aeródromo está aberto aos adeptos de desportos radicais, onde é possível praticar paraquedismo, saltos de tandem e autónomos e ainda voos sem motor.

Gastronomia e bons vinhos | Este ponto não é exclusivo da cidade de Évora mas de todo o Alentejo. A gastronomia alentejana é das mais ricas e fieis à dieta mediterrânea. Na maioria dos restaurantes de cozinha tradicional são servidos os queijos, enchidos, azeitonas, presunto, sopas de tomate, cação ou beldroegas. Os pratos principais baseiam-se muito em ensopado de borrego, migas com carne de porco, açorda de alho, gaspacho e outros pratos muito típicos da região, sempre acompanhados com pão. Também existe um vasto leque de doçaria, como as queijadas de Évora. Tudo isto sempre acompanhado por um bom vinho alentejano.

Foto Prestige Dreams